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Os motivos para atraso vacinal em crianças
Os motivos para atraso vacinal em crianças

 

Segundo Gatti et al.(10), a responsabilidade da vacinação de crianças

não deve recair somente
sobre os profissionais que aplicam a vacina, ou seja, que trabalham

diretamente na administração


dos imunobiológicos, e, da mesma forma, os pais não devem ser

responsabilizados unicamente pelo

não comprometimento em levar os filhos até um serviço de saúde com

o fim de realizar a  vacinação. Todos participantes de uma equipe de

saúde devem estar atentos e preparados para


intervir ativamente na busca dessas crianças com imunobiológicos em

atraso. Dentre os artigos analisados, alguns apresentaram motivos

que levam as mães a atrasarem a vacinação de seus filhos:
 
As condições de vida podem levar as mães a não vacinarem

adequadamente seus filhos. Este fato é mais frequente nas famílias de

baixa renda, que enfrentam numerosas dificuldades diariamente.

Grande parte das mulheres possui número elevado de filhos e,


consequentemente, os trabalhos domésticos são grandes, por isso a

disponibilidade do cuidador fica centralizada na garantia da

alimentação e na busca de tratamento para os


problemas de saúde. Assim, as atividades preventivas não são

consideradas prioridade.


Baixa renda, extremos de idade materna, maior número de filhos,

baixa escolaridade materna, maior número de moradores no domicílio,

residência há menos de um ano na  área, falta de conhecimento acerca

das doenças prevenidas por imunização e presença de doença na

criança são fatores associados para a não vacinação. Alguns autores

dizem que o atraso vacinal pode estar relacionado à impossibilidade

de leitura do cartão da criança por mães analfabetas, o que foi

evidenciado neste estudo, em metade da amostra.(Tertuliano et al.,

2011) ARTIGO 01 
  
Quanto ao nível de escolaridade, a maioria da população (60,8%) só

tem o ensino fundamental (antigo 1º Grau) e os indivíduos que

concluíram ou que possuem o segundo grau incompleto chegam a

4,57%, sendo bem menor em relação aos do ensino fundamental.

Como extremos, temos que apenas um indivíduo tem o terceiro grau


incompleto, três nunca foram à escola e sete já frequentaram a escola,

mas não sabem ler. Estes dados nos revelam um baixo nível de

escolaridade, que reflete diretamente na condição de saúde, pois

muitas informações podem deixar de serem compreendidas,

inclusive aquelas relativas à imunização das crianças e que interferem

nos resultados

gerais ligados à saúde infantil. (Malta et al., 2002) ARTIGO 02
 
Os motivos de não adesão podem ser classificados em quatro

dimensões: do sistema de

imunização, ou seja, da estrutura de distribuição das vacinas; de

características familiares;

das atitudes e conhecimento dos pais com relação à vacinação e de

comunicação e

informação. (Juliano et al., 2005) ARTIGO 03 

Ao longo de seus 30 anos, o PNI conseguiu eliminar, ou manter sob

controle, as doenças imunopreveníveis. Entretanto, o alcance das

metas vacinais é dificultado pela inacessibilidade dos vacinadores às

residências e pela crença popular de que a vacinação de rotina não

requer atenção. E percebe-se que o medo das possíveis reações da

vacina é outro fator negativo para o alcance da cobertura vacinal. A

resistência dos pais foi apontada como a principal barreira para o

alcance da cobertura vacinal podendo esta ser


fruto das crenças, cultura dos mais velhos e até mesmo o medo da

reação da vacina.


(França et al., 2009) ARTIGO 04
 
Apesar de alguns motivos para não participação no último Dia

Nacional de Vacinação - DNV ser semelhantes aos identificados em

outros países (falta de divulgação e fatores programáticos, por

exemplo), chama a atenção alegações que denotam pouca valorização


desta estratégia, que pode estar se desgastando perante os

responsáveis pelas crianças,


aliadas ao posicionamento de profissionais de saúde que têm

importante papel como formadores de opinião. Médicos e demais

profissionais de saúde têm grande influência na decisão dos

paisquanto à recomendação de vacinar os filhos. Nas capitais do sul e

do sudeste, com as maiores porcentagens de utilização de serviços

privados para vacinação, muitos pais de crianças não vacinadas no Dia

Nacional de Vacinação - DNV falaram que a criança não precisava de

mais uma dose da vacina ou que o médico não recomendava a


participação nas campanhas. (Mello, 2010) ARTIGO 05 No Brasil,

como em outros países, o Ministério da Saúde desenvolve programas de
imunização e promove, periodicamente, campanhas com o intuito de

controlar e erradicar doenças a partir da vacinação maciça de

crianças. Ainda assim, muitas crianças deixam


de ser vacinadas pelos mais diferentes fatores, que abrangem desde o

nível cultural e


econômico dos pais, até causas relacionadas a crenças, superstições,

mitos e credos religiosos. (Silveira, 2007) ARTIGO 07 
  
 Segundo Gonçalves(6), um dos aspectos que tem influenciado no

esquema de vacinação das

crianças é a escolaridade da mãe. A baixa escolaridade ou o

analfabetismo das mães dificulta a

leitura da carteira de vacinação, ocasionando atraso vacinal, sem que

isto seja propositalmente

realizado pela mãe. 
 

 A condição social da família é um possível determinante da cobertura

vacinal, visto que, em

localidades que apresentam coberturas médias abaixo do

recomendado, os pais com baixa

escolaridade, desempregados e com rendimentos menores que um

salário mínimo revelam situação

mais desfavorável relacionada à vacinação das crianças(1). 
 

 Famílias numerosas apresentam, dentre as características, uma

tendência de maior atraso

vacinal. E, consequentemente, famílias menores, com até dois filhos

mantêm vacinação em dia(1). 

Isso se deve, muitas vezes, à dificuldade de locomoção da família,

visto que, dependendo do lugar

de moradia e da acessibilidade ao serviço de saúde, o número de

filhos dificulta esse processo. 
 
 Os dados estatísticos mostram que as coberturas vacinais estão

aumentando, mas, em muitas

regiões do país, tais como áreas rurais e periferias de grandes

cidades, ainda há bolsões de baixa
 
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cobertura vacinal, fazendo com que um considerável grupo da

população torne-se suscetível a

doenças imunopreveníveis, especialmente crianças de zero a seis anos

de idade(6). Com a possível

existência de grupos populacionais susceptíveis devido à ausência ou

atraso na administração das

diferentes doses de vacina, cresce, portanto o risco de transmissão e

surtos epidêmicos(1). 
 
 Em estudo realizado por Gatti et al.(10), o esquecimento como causa

da não vacinação das

crianças foi o motivo mais apontado pelos pais para o atraso da

vacinação. Esse fenômeno acontece,

principalmente, nas doses de reforços das vacinas DPT e SRC, que

devem ser administradas entre 4

e 6 anos de idade. Conforme Ramos et al.(11), isso ocorre devido ao

fato da criança permanecer um

período longo sem receber vacinas, criando um senso psicológico de

tranquilidade, que gera um 

esquecimento casual.
 
 Outro motivo para o atraso vacinal das crianças visto com frequência

nos textos é a falta de

conhecimento e informações dos pais sobre vacinas, que subestimam

esse procedimento tão

importante para a proteção do seu filho. Em um estudo realizado por

Molina et al.(1) sobre a

situação vacinal infantil, foi identificada uma relação significativa

entre a imunização em atraso e a

falta de informações transmitidas na sala de vacina, tais como: tipo e 

reações adversas da vacina

administrada e agendamento da próxima dose.  Segundo Pereira et al.

(2), as atividades de educação

em saúde proporcionam maior conhecimento à população sobre a

importância da vacinação, e

tornam a equipe de saúde mais envolvida e compromissada com a

realização deste procedimento. 
 
Problemas da equipe relacionados ao atraso vacinal
 
 Os textos analisados apontam que a equipe e os serviços de saúde

também são responsáveis

por atraso vacinal em crianças. Conforme Molina et al.(1), a equipe

deve estar atenta a todas as

visitas da criança na unidade de saúde para realização de outros

serviços, tais como consultas

médicas e de enfermagem, orientação, curativos, atendimento

odontológico, etc. Nessas

oportunidades, deveram analisar a carteira de vacinação e atualizá-la,

se for o caso. Realizando esse

procedimento, e tornando-o rotineiro nos serviços de saúde, os

profissionais estarão melhorando a

cobertura vacinal de seus usuários, e protegendo as crianças contra

doenças infectocontagiosas.